QUANTO PIOR, MELHOR?

Sempre relutei em aceitar a idéia que o dito pular, “o povo tem o político que merece” prega, por achar ignorância e falta de senso nivelar a consciência política do brasileiro por baixo, contudo, nesta eleição, venho revendo conceitos...

Observo que tanto no nível estadual quanto federal, a temática vem sendo a agressão mútua e acusações de lado-a-lado. Aqui em Roraima, a idéia de se escolher “o menos ruim” vem sendo utilizada para Governador. Em suas campanhas é um arsenal de críticas e ilações, e as soluções para a problemática do Estado que é bom nada! (...).

No âmbito federal a coisa ta de mal a pior. A cada dia penso que a pessoa mais qualificada para ser Presidente não participar do segundo turno. Dilma e Serra não são nem de longe os melhores nomes para presidir o País. O nível de proposta de ambos é tão simplória e errada que chega até a dá dó! Eles pensam que a questão da saúde está na construção de posto de saúde, quando na verdade, a problemática reside na falta de infra-estrutura básica, ou seja, a falta de saneamento básico é o “X” da questão. Mas vocês sabem por que isso não é discutido? Por que não dá voto, pois não é algo visível. Falar de UPAS é o filão da vez já que o prédio ta ali, exposto, como se bastasse isto para se ter uma saúde qualificada.

A questão da dependência química é outro exemplo das idéias equivocadas de ambos. Pra se combater tal questão, é necessário primeiro dotar o Estado da estrutura de atendimento de alta complexidade que o problema requer. Não é só internar numa clínica e pronto, faz-se necessário um amplo esforço das pastas de saúde, Social e Combate a Fome, Justiça e Trabalho e Emprego no sentido de dar auxilio a dependente químico, curando não só ele mas a sua família. Tudo é “debatido” num nível como se estivessem concorrendo a uma Prefeitura.

Mas o problema não está em Serra e Dilma, ou PT/PSDB, mas sim, no povo! Venho observando com bastante atenção o posicionamento de amigos blogueiros que são petistas ou tucanos; os dois lados usam suas páginas para defender seus candidatos dos ataques e ao tempo que também atiram ao outro. Sinto extrema pena disso tudo. E creio que os mesmos num futuro não muito distante se arrependerão, pois estão usando seus meios de comunicação para defender e atacar partidos que são iguais, em valores (valores?), idéias e formas de administração. Este pleito pode-se observar claramente que ambos estão interessados mesmo é no jogo do poder e tentam a todo custo manipular a população, através de um pífio “confronto de gestão”. Temas como a Reforma da Previdência (se não sabe, fiquem sabendo: se não houver essa reforma, em 2035 não haverá mais previdência pública e 2045 a privada. Hoje, para cada R$ 1,00 pago a um aposentado, R$ 3,00 três são devidos) são deixados de lado em prol de uma nojenta troca de acusações. No fim, quando essa lastimável campanha terminar os vencedores estarão tomando seus Wisques no Lago Sul e rindo, sabendo que terão mais quatro anos para achincalhar o povo brasileiro.

PT e PSDB tem seus méritos, porém, entendo que estamos literalmente pagando caro as tais “conquistas” sócio-econômicas com o ônus da corrupção, que não é uma mera questão filosófica, mas prática. São desviados dos cofres Municipais, Estaduais e Federais a módica quantia de US$ 3,5 bilhões ano; imaginem se metade desse valor fosse empregado naquilo que de fato era seu fim?

É necessário um novo pensamento sobre a questão política. Entendo que as mudanças sociais não acontecem de uma hora para outra, contudo, há de se iniciar a idéia de uma reformulação urgente e ampla na seara política, caso contrário o Brasil se tornará um novo México e PT e PSDB os novos PRI. Segundo a Wikipédia, “o Partido Revolucionário Institucional (PRI) é um dos principais partidos políticos do México que teve o poder hegemônico sobre este país entre 1929 até 2000. Todos os presidentes do México foram deste partido, até que foi derrotado nas eleições do ano de 2000 pelo candidato do Partido da Ação Nacional do México, Vicente Fox”.

O partido controlou a vida política do país por 71 anos, através do controle da máquina pública e de um sistema baseado na corrupção, formando a "Ditadura Perfeita", termo usado pelo fato de o partido oficial ter-se sustentado no poder sem golpes, preservando as eleições e o pluripartidarismo.

Sem paixões ou alarmismo, se continuarmos tendo que escolher como Presidente pessoas advindas de PT ou PSDB, não haverá outro futuro a nós que não o mesmo vivido outrora pelos Mexicanos.