Euclides se sente solitário muitas das vezes. Solidão essa a de estar acompanhado... A vida é interessante; às vezes, estando sozinho se está mais acompanhado que quando acompanhado e vice-versa.
Numa dessas noites de solidão, Euclides se vê cheio de gente em sua casa. É seu aniversário... É bem verdade que foi uma festa surpresa, coisa que ele detesta! Muita gente. Do trabalho, da faculdade, dos tempos de infância. Ele dá atenção a todos, não pode e não quer fazer desfeita a ninguém.
Lá pelas tantas, após tantas cervejas inicia-se o momento confissão. Podres do passado sendo revelados ali, pra todo mundo vê e ouvir. Numa dessas histórias Euclides é o protagonista. De frente para ele está um amor do passado... Passado este em que sofreu muito. É certo que eles são diferentes, feito água e óleo, preto e branco, terra e ar; mas esse alo de “pitoresco” sempre atraiu Euclides.
Morena, seio médios fartos, bundinha redondinha, um verdadeiro maná de gostosuras... É nessas horas onde ficamos mais frágeis; onde todos os sentidos se aguçam e o sinal de perigo pisca freneticamente. O jogo, “verdade ou conseqüências” é uma verdadeira roleta russa, e aí de quem não souber usar suas armas da melhor forma, o suicídio pode acontecer.
O jogo começa e para seu azar, Euclides tem de responder! “Você quer verdade ou conseqüência amigo...” O sorriso maroto de sua amiga denuncia, aí vem bomba! “Repondo”, responde ele. “Você ainda ama Lissandra?”. Poderia mentir com a boca, mas os seus olhos denunciariam a fraude; Lisa sempre foi seu grande amor... Desde pequeno, no pré-escolar. A pequena se tornou uma grande mulher, e em todos os sentidos; formou-se em Medicina e se tornou umas das maiores neurologistas do país. Mulher de fibra, após a primeira agressão do ex-marido, denunciou o cara e ele é obrigado a ficar pelos menos cinco metros distante dela.
Lisa, após ouvir a pergunta de sua amiga, sorriu, e fez com que o desconforto de Euclides fosse maior. Todos ali presentes sabiam da dificuldade dele se abrir, tanto que seu apelido era “bicho do mato”. Mas diferentes de outras vezes, Euclides tomou coragem e abriu seu coração: “A amo e sempre amarei!” A voz impositiva e segura com que responde a pergunta surpreendeu a toda, inclusive Lisa, e ainda completo, “se ela não tivesse sido tão babaca, teria casado comigo e estaríamos nós dois felizes”.
O que veio a seguir foi mais que incrível, revelador! Euclides levantou-se, a olhou no fundo dos olhos, e lhe deu um beijo; com todo o carinho e sentimento de seu coração. Todos que ali estavam emudeceram! Pasmos, viam a cena sem saber o que pensar...
Após o beijo, Euclides se despediu de todos, pediu a uma de seus amigos que fechasse a casa, pegou o carro e saiu desembestado. Saiu com desespero e fúria; saiu com vontade de chorar e rir; saiu se sentido só, com uma solidão que jamais experimentara antes...
Foi parar na periferia, num bar imundo e cheio de bêbados. Pediu um litro de cachaça e começou a beber. Como num filme, seus momentos com Lisa fixaram-se em sua mente, e as lágrimas começaram a correr.
Já tinha tido outras;
Já tinha experimentado tantas outras.
Mas tudo que ele queria era ela!
E bebeu,
Bebeu,
Um, duas, três garrafas de cachaça sozinho, pois era assim que estava e queria estar naquele momento, só! Bebia como se quisesse lavar a alma; desinfetar tudo, deixar zerado, limpo, puro...
Acordou com o dono do bar a lhe sacudir, “moço, moço, moço, acorde, acorde, acorde, moço!”. Trôpego, resaqueado e com uma tremada dor de cabeça, entrou no carro. Sem entender muito porque estava ali, deu ignição no carro e partiu. Além da ressaca da bebida, havia a ressaca moral e tudo aquilo que desencadeia pós - bebida., que são as feridas abertas que doem e machucam o coração.
Numa dessas noites de solidão, Euclides se vê cheio de gente em sua casa. É seu aniversário... É bem verdade que foi uma festa surpresa, coisa que ele detesta! Muita gente. Do trabalho, da faculdade, dos tempos de infância. Ele dá atenção a todos, não pode e não quer fazer desfeita a ninguém.
Lá pelas tantas, após tantas cervejas inicia-se o momento confissão. Podres do passado sendo revelados ali, pra todo mundo vê e ouvir. Numa dessas histórias Euclides é o protagonista. De frente para ele está um amor do passado... Passado este em que sofreu muito. É certo que eles são diferentes, feito água e óleo, preto e branco, terra e ar; mas esse alo de “pitoresco” sempre atraiu Euclides.
Morena, seio médios fartos, bundinha redondinha, um verdadeiro maná de gostosuras... É nessas horas onde ficamos mais frágeis; onde todos os sentidos se aguçam e o sinal de perigo pisca freneticamente. O jogo, “verdade ou conseqüências” é uma verdadeira roleta russa, e aí de quem não souber usar suas armas da melhor forma, o suicídio pode acontecer.
O jogo começa e para seu azar, Euclides tem de responder! “Você quer verdade ou conseqüência amigo...” O sorriso maroto de sua amiga denuncia, aí vem bomba! “Repondo”, responde ele. “Você ainda ama Lissandra?”. Poderia mentir com a boca, mas os seus olhos denunciariam a fraude; Lisa sempre foi seu grande amor... Desde pequeno, no pré-escolar. A pequena se tornou uma grande mulher, e em todos os sentidos; formou-se em Medicina e se tornou umas das maiores neurologistas do país. Mulher de fibra, após a primeira agressão do ex-marido, denunciou o cara e ele é obrigado a ficar pelos menos cinco metros distante dela.
Lisa, após ouvir a pergunta de sua amiga, sorriu, e fez com que o desconforto de Euclides fosse maior. Todos ali presentes sabiam da dificuldade dele se abrir, tanto que seu apelido era “bicho do mato”. Mas diferentes de outras vezes, Euclides tomou coragem e abriu seu coração: “A amo e sempre amarei!” A voz impositiva e segura com que responde a pergunta surpreendeu a toda, inclusive Lisa, e ainda completo, “se ela não tivesse sido tão babaca, teria casado comigo e estaríamos nós dois felizes”.
O que veio a seguir foi mais que incrível, revelador! Euclides levantou-se, a olhou no fundo dos olhos, e lhe deu um beijo; com todo o carinho e sentimento de seu coração. Todos que ali estavam emudeceram! Pasmos, viam a cena sem saber o que pensar...
Após o beijo, Euclides se despediu de todos, pediu a uma de seus amigos que fechasse a casa, pegou o carro e saiu desembestado. Saiu com desespero e fúria; saiu com vontade de chorar e rir; saiu se sentido só, com uma solidão que jamais experimentara antes...
Foi parar na periferia, num bar imundo e cheio de bêbados. Pediu um litro de cachaça e começou a beber. Como num filme, seus momentos com Lisa fixaram-se em sua mente, e as lágrimas começaram a correr.
Já tinha tido outras;
Já tinha experimentado tantas outras.
Mas tudo que ele queria era ela!
E bebeu,
Bebeu,
Um, duas, três garrafas de cachaça sozinho, pois era assim que estava e queria estar naquele momento, só! Bebia como se quisesse lavar a alma; desinfetar tudo, deixar zerado, limpo, puro...
Acordou com o dono do bar a lhe sacudir, “moço, moço, moço, acorde, acorde, acorde, moço!”. Trôpego, resaqueado e com uma tremada dor de cabeça, entrou no carro. Sem entender muito porque estava ali, deu ignição no carro e partiu. Além da ressaca da bebida, havia a ressaca moral e tudo aquilo que desencadeia pós - bebida., que são as feridas abertas que doem e machucam o coração.
6 devaneios:
Solidão acompamhada , é a pior de todas.
O que a cachaça não fizer , ninguém mais faz.
Bjos
Excelente!
Vamos recapitular: as vezes, estar acompanhado não significa 'não estar só'. Por vezes, o vazio que se sente é tão grande que poderemos estar rodeados de pessoas e a solidão continua ali. Seca. Cruel. Implacável e dolorosa a nos perseguir.
O que acontece (ou aconteceu) com Euclides é uma coisa simples: fraqueza, ou melhor, falta de "segurança emocional".
A partir do momento que ele teve coragem e beijou seu grande amor poderia, ao menos, esperar para ver qual a 'reação' dela. Quem sabe ela teria gostado...
No entanto, ele saiu. Foi beber. Chorar. Sofrer de novo. Como uma pessoa masoquista que gosta de sentir dor, ele está se acostumando a ser uma 'vítima de si mesmo' e isto é ruim pra ele, pois o torna cada vez mais fraco, e covarde.
Texto bacana, Daniel... Me fez lembrar de um amigo meu aqui em PE. Ele chegou no aniversário da ex-namorada com uma BMW alugada só para 'aparecer' para ela e dizer que a ainda a amava. No que ela apenas respondeu pra ele: "Não dá. Não dá mais. Eu aprendi a lidar com as situações, e você não".
Então é isso! :D
Abração
E parabéns pelo texto cara!
Estou preocupado com o Euclides. Se ele não se lembra de nada, o que pode ter acontecido enquanto dormia? heheeh
Daniel,
que texto fascinante... você está incrível garoto !!!!
Falou de temas fortes com maestria e delicadeza....
Ah... e o amor ?
Como dizia Vinícius : o amor é essa coisa incontida, desarruma a cama e a vida,nos fere, maltrata, e seduz....
beijo grande em você que eu adoro !!!!
Como sempre digo, vida vazia e copo cheio! \o/
hauhauhauahuahuahuahua...
Beijos 1000!
Preciso de um jogo desse com as pessoas certas na roda;
Preciso dessa coragem e desse beijo.
E principalmente, preciso dessa cachaça.
Beijossssssss
AMEI seu texto.
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