Após todos os acontecidos resultantes da desastrosa festa de aniversário, Euclides se viu sozinho e perdido, sem saber o que fazer. Um a um, amigo por amigo, ele se desculpou e lamentou pelo ocorrido. Entretanto, nada foi mais castigador que a conversa que teve com ela.
O papo foi reto e franco, sem firulas e com todas as cartas na mesa, como deve ser a conversa que envolve sentimentos. Sentimentos... Euclides sentia-os todos; amor, ódio, raiva, compaixão, pena... Eram como se estivessem materializados, à sua frente e ao lado dela.
Quando chegou ao Barzinho de sempre; Larissa encontrou um Ser diferente daquele que sempre teve contato. Cabisbaixo, feição de dor, palavras entrecortadas que lhe receberam. De início, apenas os olhares que se cruzavam envergonhados falando por eles. Aos poucos as palavras nasceram e a roupa foi começando a ser lavada, e as queixas e dores ali, feito fratura exposta.
Acusações, respostas ríspidas, lágrimas e no fim, a constatação obvia que Euclides poderia ter tido-a se não fosse sua covardia. Ele saiu de lá destroçado, ferido e se sentido o pior dos homens. Entrou em seu carro, ligou o som e ouvindo Pink Floyd no ultimo volume, arranco rumo a algum lugar onde pudesse desaparecer.
Dirigindo atordoado, não percebeu as primeiras gostas de chuva que caíra; o trajeto, com a chuva já forte, dobrando uma esquina perto de sua casa, percebeu a movimentação de uns garotos e ficou curioso, indo lá vê o que estava acontecendo.
Quando percebeu o que aconteceu, não consegui esconder o sorriso e sua memória o fez ir longe... Lembrou de sua infância em Gajará Mirim das Tapiocas. Reviu-se em sua cidade na época das chuvas, quando contrariando as ordens de sua mãe, ia parar na rua junto com seus amigos, jogando bola na chuva.
Por um momento se viu ali, na alegria dos meninos que desconsideravam as ordens das mães que loucas, chamavam as crianças. De repente, num lance rápido, desfez a gravata, tirou sapatos e camisa, dobrou a calça, saiu do carro e foi jogar bola na chuva junto aos meninos.
- Vai tio, toca a bola! Faz o gol tio! (...) Valeu tio!
Euclides nunca mais tinha se sentido assim, tão livre e feliz. Cada gota de chuva que caia em seu corpo lavava sua alma. Aquele futebol improvisado, na chuva, com as crianças, curou cada feriada que lhe doía. Foram mais ou menos meia hora de “jogo”, de brincadeira, que lhe devolveu as rédeas de sua vida.O papo foi reto e franco, sem firulas e com todas as cartas na mesa, como deve ser a conversa que envolve sentimentos. Sentimentos... Euclides sentia-os todos; amor, ódio, raiva, compaixão, pena... Eram como se estivessem materializados, à sua frente e ao lado dela.
Quando chegou ao Barzinho de sempre; Larissa encontrou um Ser diferente daquele que sempre teve contato. Cabisbaixo, feição de dor, palavras entrecortadas que lhe receberam. De início, apenas os olhares que se cruzavam envergonhados falando por eles. Aos poucos as palavras nasceram e a roupa foi começando a ser lavada, e as queixas e dores ali, feito fratura exposta.
Acusações, respostas ríspidas, lágrimas e no fim, a constatação obvia que Euclides poderia ter tido-a se não fosse sua covardia. Ele saiu de lá destroçado, ferido e se sentido o pior dos homens. Entrou em seu carro, ligou o som e ouvindo Pink Floyd no ultimo volume, arranco rumo a algum lugar onde pudesse desaparecer.
Dirigindo atordoado, não percebeu as primeiras gostas de chuva que caíra; o trajeto, com a chuva já forte, dobrando uma esquina perto de sua casa, percebeu a movimentação de uns garotos e ficou curioso, indo lá vê o que estava acontecendo.
Quando percebeu o que aconteceu, não consegui esconder o sorriso e sua memória o fez ir longe... Lembrou de sua infância em Gajará Mirim das Tapiocas. Reviu-se em sua cidade na época das chuvas, quando contrariando as ordens de sua mãe, ia parar na rua junto com seus amigos, jogando bola na chuva.
Por um momento se viu ali, na alegria dos meninos que desconsideravam as ordens das mães que loucas, chamavam as crianças. De repente, num lance rápido, desfez a gravata, tirou sapatos e camisa, dobrou a calça, saiu do carro e foi jogar bola na chuva junto aos meninos.
- Vai tio, toca a bola! Faz o gol tio! (...) Valeu tio!
Chegando a casa, no banheiro tomando banho, Euclides riu de tudo. De sua covardia, do amor do passado, da mijada dos amigos, de si próprio. Percebeu que pior que cair é não saber levantar, e que não adiantava mais chorar pelo leite derramado. O que está feito está feito, e vida continua apesar dos nossos problemas. Entendeu da pior maneira possível, que ou você governa sua vida, ou a vida lhe leva por caminhos sofríveis e castigantes.
Euclides dormiu leve, pra cima, feliz feito criança que não perdeu a ingenuidade de achar que a vida é sempre uma festa, cheia de cores e apesar dos pesares, bonita, muito bonita...
6 devaneios:
Olá Daniel! Como falei lá no Neto, vim te visitar e ver seus textos. Essa é estória interessante e eu preciso ler com calma tudo do incio para entender melhor rrsrs
Gostei dessa frase: O que está feito está feito, e vida continua apesar dos nossos problemas. Lembra muita coisa minha também \o/
Bjos
Ahhh a alma lavada, como é dificil lavar a alma depois de tantas dores, ainda bem que ele conseguiu jogando futebol na chuva...^^
eu demoro mt mais que isso... nossa...
e o tempo de criança, ainda nem consigo acreditar nas coisa que eu fazia quando era criança e que nem consigo mais fazer... decepcionante...=/
bjs
Ei,
Gostei muito de seu blog...
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http://www.pequenosblogs.blogspot.com
Pois é, Daniel!
Então, Euclides está dando a volta por cima né? :D É isso aí!
Tudo na vida passa. A única coisa que fica são as experiências.
Abração.
ps. enviei um email pra você!
O meu email falava sobre a repercussão do seu post sobre Geysi lá no SX (você viu?). Talvez fosse interessante que respondesse aos comentaristas.
Sua opinião foi forte e coesa. Como realmente deve ser :)
Valeu!
Daniel,
Perdão pela demora. Li os tres posts de Euclides e adorei o estilo, a temática, a forma, o conteúdo, tudo!
Espero que continue esta estória. :D
Estive ausente um tempo, mas estou voltando. Postei o último capítulo de Etera. Espero que goste.
Beijos.
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