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terça-feira, 24 de novembro de 2009

UNIBAN: SHOW DE HIPOCRISIA


"A ignorância sempre parte daqueles que deveriam ser os mais sábios" (Provérbio Chinês).

O brasileiro é um hipócrita! Traveste seus dogmas e preconceitos em "moral e bons costumes". Um exemplo claro disso foi o que aconteceu com a estudante da Uniban, Geyse Arruda, que chegou a ser expulsa da faculdade acusada entre outras coisas, de não respeitar os padrões éticos e morais do Campus. Pelo que me parece, de vítima a mesma passou à vilã, já que ao afastar definitivamente a mesma, a Uniban afirmou ter sido ela a causadora de toda a bagunça ocorrida - quando foi à aula trajando um vestido rosa curto. (No momento em que escrevo esse artigo, a instituição de ensino voltou atrás na expulsão sem maiores explicações).

Primeiro, quero dizer que: todas as mulheres que vão ao Campus, de qualquer faculdade pública ou privada desse País, vão com blusas de manga grandes, sem decote e de saias longas até o pé, cabelos sem nenhuma espécie de tintura, sem qualquer maquiagem e de sandálias rasteiras, não é mesmo? Só Geyse que, num momento de depravação pura e descabida, vai à aula trajada daquela forma. Ou seja, todas as mulheres vão as suas faculdades trajando roupas comportadas, que não chamam a atenção de ninguém, correto?...

Ora, vamos falar sério! Há sim mulheres que vão a Faculdade trajando roupas chamativas. Falo isso sem medo de errar, pois faço curso superior e não me canso de ver mulheres apertadas, e com vestidos mais curtos que a moça do caso em questão. O apelo e o culto a beleza são latentes. Aliás, esse tema é recorrente em meus escritos.

Mulheres e homens malham, compram cosméticos, roupas, enfim, fazem de tudo para virarem verdadeiros nacos de carne ambulantes, e de repente, sem mais nem menos, um bando de pessoas se imbuíram de pureza e tacaram pedra na meretriz. Engraçado tudo isso, não é mesmo? Pelo que entendi, a Uniban é um monastério, uma instituição de santidade e pureza e só a Geyse, a infiel, não se enquadrava nos moldes sacro-santos dela.

Sabem o que eu acho? Só posso pensar que há "algo a mais" que um mero vestido, para que a Uniban tenha chegado a expulsar Geyse. Todo mundo sabe que, nas universidades, há professores e Gestores que botam pra cima mesmo! Inda mais com mulheres que se vestem de forma provocante. Vai que ela não quis dá, ou mesmo, parou de dá para alguém do corpo técnico da Universidade.

O que mais me chama a atenção nisso tudo, é que a maioria das pessoas que xingaram a garota, ou fazem a mesma coisa, ou fazem coisas piores como; sexo grupal com "amigos (as) de sala" (a internet está cheia de vídeos de sexo caseiro dentro das salas de aula), traem os namoradas (os), são prostitutas (todos sabem que é normal "mulheres da vida" cursando nível superior) ou gays enrustidos malhando a gostosa que pega geral.

Não vou cair na vala comum da críticomania, contudo, quero lembrar-lhes que, neste país, "a moral e bons costumes" variam de acordo com a ocasião. Bem dizia Nietzsche, "não existe fenômenos morais, mas interpretações morais dos fenômenos". Você pode não se trajar de forma extravagante, porém, pode ver-se julgado por pensar, falar ou agir de uma forma que atente contra "o senso comum" do que é "normal para os padrões societários", e aí, se verá sozinho num mar de incompreensão e selvageria sem ter culpa alguma.

Lembro-lhes que, a homofobia e o preconceito racial em geral, se expressam exatamente assim, em brincadeiras que tomam corpo e saem do controle, ocasionado em alguns casos mais agudos, violência e morte. O que fica de tudo isso é que ainda temos muito que evoluir. Em pleno século XXI, a individualidade é posta a prova em nome de uma moralidade fabricada, e por grupos de pessoas que esqueceram que ética, acima de tudo, é respeitar e saber conviver com as diferenças.

EXTRA:

Tá, voltei a escrever crônicas, mas há uma explicação. Pela primeira vez tenho minhas atenções voltadas para um blog de contos e poesias, e é pela primeira vez que escrevo “poemas e contos em série”, por isso, há uma certa dificuldade mental de escrever diariamente, já que não havia o hábito. Portanto, por ser algo que já domino e vem mais fácil a cabeça, volta e meia em intervalos de um conto ou poema, estará postado aqui uma crônica. Esse texto acima foi postado originalmente no blog Sakuxeio, do meu amigo Neto. Segundo ele, esse texto rendeu tanta polêmica que teve 22.000 acessos únicos, o que me deixou muito feliz, além dos comentários deixados lá que foram muito interessantes. Então é isso, fiquem a vontade para emitir vossas opiniões.

10 devaneios:

Anônimo disse...

Bom, atualmente o "senso comum" diz: tadinha da Geyse! Só porque estava de vestido curto!
Concordo com você que deve algo mais que um vestido curto - eu também já cansei de ver em faculdades meninas de minissaias.
Entretanto... por que tem que ser a recusa dela em dar para alguém? Esse alguém já podia ter sacaneado faz tempo, não? Afinal, já fazia quase um ano que ela ia vestida assim na faculdade.
O problema nessa história toda, é que ninguém está interessado na versão dos alunos, dos "hipócritas". Não dá ibope.

beijinhos, menino ;)

Atila City disse...

Sabe aquela coisa: Numa Guerra de lama, depois de que estão todos sujos é dificil saber quem foi o primeiro a ser acertado?
Neste caso em especial a polêmica maior não nescessáriamente foi o vestido curto, nem as agressões verbais, muito menos a expulsão da garota.
O conjunto em sí mostra o quanto nos caimos nas contradições culturais, no caso a Uniban porquer punir uma entre tantas garotas que se vestem de maneira "inapropriada", no caso da Geise por exagerar em sua vestimenta (e também, provocar a exaltação) e dos alunos em geral por cairem no complexo de Geni (Sabe a Letra do Chico Buarque).
Mas uma observação importante a se fazer desta polêmica, normalmente garotas se vestem com vestidos curtos, decotes generosos e se prostam tal como mensionou como prostitutas (vulgarmente falando) mas garanto que se Geise fosse escultural, uma dessas modelos de foto ou até mesmo se fosse "garota" popular entre os alunos, ela seria considerada o Maximo e copiada por muitas outras garotas como vemos em tantos outros lugares.
Mas vamos ao que importa quem ganha com essa história?
Um abraço meu grande amigo, estou devendo mais visitas nesta sua casa.
Tenha um exelente dia meu caro!

Solange Maia disse...

Daniel,

Achei essa história uma tremenda piada de péssimo gosto !

Envergonho-me de saber que existem jovens tão "velhos"....

enfim, cada um dá o que tem...

beijão meu querido

Neto disse...

Obviamente, eu não opinei naquele texto antes, mas não faltou vontade. O seu post sobre Geyse repercutiu em sites bem posicionado na blogosfera como o Ocioso, BombaNet e outros agregadores de links. Em um único dia no SakuXeio registrou 22,101 visitas (vi no Google).

De todos os posts que eu fiz somente dois: um sobre a guerra entre Palestina e Israel e outro sobre A geração burra da internet repercutiu mais do que ele em um único dia.

Os agradecimentos por isso são meus, e o mérito é todo seu. É um post bem escrito, bem embasado e fundamentado. De excelente conteudo para reflexão. O bom é porque ele desnuda uma 'outra face' das universidades (e das pegadinhas dos alunos) que muita gente desconhecia, ou que sabiam que existia, mas preferiam esconder.

Sobre a Geysi e sua mini saia, eu acredito ter deixado bem minha opinião aqui preferindo me ater ao 'conjunto da obra'.

Não havia lhe falado antes mas recebi e-mails elogiando o seu post. Alguns leitores do SakuXeio assinaram o SubMundos, e disseram-me que gostaram também (e mais) do SóPensando (boa parte de meus leitores gostam de assuntos polêmicos que gera debates). Particularmente, fiquei feliz com tudo isso, pois atingí o objetivo inicial: divulguei o SubMundos e o fiz com que lhe conhecessem.

Amigos e profissionais são para isso mesmo, Daniel. Para formarmos e ter uma boa rede de contatos para o nosso futuro, porque fomos nascidos para o sucesso.

Um forte abraço. E parabéns.

...Querendo mais é só dizer ;-)

Dr.do absurdo disse...

Não sei se há alguma verdade por trás de todo 'excesso de moralismo', o que há é pouca tolerância e educação.

Muito bom teu blog.

Val e Arte na Veia disse...

O pior de tudo isto é que nenhum ''empresário da educação'' desa instituição veio dar algum tipo de explicação ao público. Que Deus salve a nossa educação, porque é realmente o fim do mundo. Quem deve orientar e educar, se perde no tempo e impõe costumes e uma moral totalmente íncrivel para um século 21...

Ai ai ...

~*Rebeca*~ disse...

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Musa disse...

Eu também discordo com o que fizeram à Geisy. Na minha sala na faculdade houve uma discussão acalorada sobre o caso, e fiquei atônita quando vi que meninas concordaram com o tratamento recebido por ela, afinal, ela se insinuava. É incrível essa "moral" que alguns se acham detentores, assim sendo capazes de julgar uma pessoa pela roupa que usa.

PR Iuris disse...

O Neto é tudo de bom, sou suspeita de falar... e teu espaço cada vez melhor, fez bem em postar aqui.
bjos

PR Iuris disse...

Opa, opa... eu pensei que o texto fosse do Neto... rs....

O mérito é teu rapaz.
Beijosssssssss

BOO-BOX!!!

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