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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

EUCLIDES TENTANDO ENTENDER

“Viver é um livro de esquecimento”. (Elevador – Ana Carolina).


Euclides acha engraçada a sua memória e o quanto as lembranças lhe fazem refletir. É certo que as pessoas que passam pelas nossas vidas sempre deixam algo; mesmo que não se deixem boas impressões, mesmo assim, há de se tirar proveito de cada coisa.

E foi nesse clima de “relembrar é viver” que ele se lembrou dela... Não que fosse o amor de sua vida, tão pouco foi à melhor foda (nem isso tiveram), ou qualquer coisa do tipo. A bem da verdade, a sua lembrança o fez questionar-se os porquês de ter se relacionado com tal mulher.

Ele a conheceu pela internet. Seu encontro não foi um dos mais empolgantes, mais foram levando... Levando de uma forma meio displicente, talvez ambos pensassem “se não tem tu, vai tu mesmo”. Após três semanas de conversa o primeiro beijo; atrapalhado, meio “tenho que fazer isso mesmo?”.

Ela era bem atenciosa com Euclides. Encontravam-se sempre num restaurante perto da casa dela. Um, dois, três, quatro, cinco encontros... E tudo caminhava meio que “porque estou fazendo isso?”. O fato é que o relacionamento não empolgava! Ambos iam ao encontro por obrigação.

Até que um mês e meio depois por mensagem de celular após a primeira briga, ela resolve botar o ponto final. Euclides ficou chateado, mais pela forma como levou o fora que pelo término do relacionamento.

Parado em um shopperia, Euclides se questionou: por que me sujeitei a esse tipo de ralação? Logo veio a resposta lógica: a solidão! Quando tentou relacionar-se com aquela mulher, ele estava numa profunda solidão. Queria porque queria um amor, então ela apareceu, como uma tábua de salvação.

Euclides jogou-se tentado ser feliz, buscando algo que hoje ele sabia, ela nunca o daria. Amar é muito mais que a presença meramente física, é carinho, atenção, zelo, sentimento... E essas coisas não são achadas facilmente, feito banana na feira.

Ele riu do fato de não ter dado pelo menos um amasso no canto do muro, mais a essas alturas achava até bom. Talvez, se tivesse rolado sexo sua solidão poderia ter se agravado. O sexo pode ser um refúgio perigoso que pode satisfazer o corpo, mas torturar o coração.

Após três shopps, Euclides foi para casa lembrando-se dela. Aquela morena maluca que um dia cruzou a sua vida e perguntando-se se ela vez ou outra lembrava dele.

5 devaneios:

~*Rebeca*~ disse...

Caro Daniel!

Nunca cheguei no seu blog sem comentar os seus textos e consideração passou foi longe, viu? Não dou o ar da minha graça em locais que sou podada. Não gosto de pessoas que impõem limites pequenos pra amizades que até então eram bacanas. E pode ter certeza que só violei suas regras por não ter parado pra ter lido suas imposições. E nada no meu blog é apagado, só gente chata!

Inté!

Rebeca


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Anônimo disse...

A solidão doída, aquela que machuca a alma, nos empurra para o abraço de outros, sem dúvida. Mas o que se pede, normalmente, é simplesmente atençào. Na virtualidade a imaginação vai longe... e quando dá de frente com a realidade muitas vezes a solidão é maior ainda. Porque falta a liga, aquele eixo em comum em que duas pessoas vibram em sintonia. Não tendo, para que continuar na solidão a dois?

beijinhos

Carol disse...

Eu ja tive relacionamentos desse tipo, solidão foram varios momentos vividos pelo meu coração, mas a gente com o tempo aprende que quando a gente não procura acha...^^
Obrigada

Tássia Jaeger disse...

Isso é muito mais comum do que a gente imagina!

Neto disse...

O amor verdadeiro, quando recíproco, não faz a gente sofrer. É o contrário. Só nos traz alegria. O que faz sofrer é a "expectativa" que depositamos na outra pessoa e no relacionamento.

Quando uma pessoa sente que está se envolvendo com outra surgem inúmeras perguntas e dúvidas em sua cabeça: vai ser bom? vai valer? e ela? sente o mesmo que eu? e se eu 'apagar'?... e por aí vai.

Muitas das vezes as pessoas, para não sofrer, 'cortam este tipo de pensamento de sua cabeça' tão rapidamente que não se dão ao ato de descobrir as respostas - ou se há respostas. O segredo porque fazem isso é para não sofrer. Eles (ou elas) não querem viver em uma 'ralação' como você diz.

A solidão é perigosa porque produz carência e cria falsas expectativas. É por meio dela que imaginamos que a outra pessoa pode seja a 'peça chave da nossa vida'. E não é. Nem sempre é. Julgamos tão rapidamente, com base no nosso desespero em se livrar 'desta amarga solidão', que não questionamos a outra pessoa ao nosso lado, não enxergamos seus defeitos, ignoramos seus atos estranhos, e muitas vezes chegamos até o ponto de não acreditar que ela mente. Ou que possa mentir. Fingimos para nós mesmos que está tudo bem, e ficamos acreditando nessa ilusão. Tudo porque queremos "fugir" da solidão.

Essa situação é típica de pessoas emocionais. Que só usam a razão após levar um 'freio' na vida. Uma perda ou uma dor.

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Quando eu era menor, meu pai e alguns amigos costumavam me levar sempre com eles para suas festas e farras nos bordeis com prostitutas. Eles não queriam que eu me acostumasse com essa vida, mas que eu entendesse como é, e como funciona, a realidade. Mulheres nuas, promiscuas e safadas ao meu dispor. Eu poderia ter quem eu quisesse. Poderia conversar com quem quisesse. Elas nunca iriam conseguir me esconder suas realidades.

A vida nos ensina muito com as coisas que passamos, e com as dores tambem, mas a melhor forma de vencê-las (e de vencer a solidão) é gostarmos muito mais de nós mesmos do que de qualquer outra pessoa.

Isso é tudo!

E parabéns pelo texto, Daniel!

BOO-BOX!!!

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