“Mas assim é a nossa natureza, só nos preocupamos com o que não temos ou com o que está ameaçado”. (Claudio de Moura Castro, em seu texto “A liberdade e o consumo”, em Veja On-line – aqui: http://veja.abril.com.br/080801/ponto_de_vista.html
Tempos desses li o artigo do Claudio M. Castro na Veja em que ele fazia um paralelo entre consumismo e liberdade e não pude deixar de fazer alguns questionamentos...
Que todos sabem que a maioria das pessoas vivem sob as leis do consumismo e estereótipos não é novidade, contudo, pergunto-lhes: que felicidade é essa? Independentemente da linha religiosa que a pessoa siga (ou não siga), é quase que consenso que estamos aqui nesta Terra para algo mais. Alguns dirão aprendizado, outros missão, mais a frente bradarão destino, e o que quer que seja e acredite, não vislumbro conexões com o estilo de vida contemporâneo.
O capitalismo embutiu em nossas cabeças que SER é TER; em suma, precisa-se trabalhar bastante para ter as coisas que lhe satisfazem como casa (de preferência mansão), carro (Ferrari ou BMW), marido e mulher (lindos, descolados, bons de sexo e com renda média de R$ 10.000,00 mês), porém, isso é o bastante? A missão ta cumprida?
Às vezes fico assistindo a novela do Manoel Carlos onde ninguém trabalha e tem mansões e carrões e percebo o quanto as pessoas ficam fascinadas com o que vêm. A mossinha da novela sofre de problemas frívolos, o garanhão sessentão come toda a mulherada e apesar dos problemas financeiros banca festas monumentais, e até mesmo quem é paraplégica consegue recuperações milagrosas... (é isso que é Viver a Vida?). Zapeando às vezes paro no BBB (é BBB maníacos, eu me dou “esse luxo alienístico”), e percebo pessoas de um ego absurdamente inflado defendendo ponto de vistas (ai, as verdades absolutas...) tão sem pé e sem cabeça! (...).
Nas ruas, seja em na fila da loteria ou num bar, na festa ou na igreja, percebo pessoas tão mecanizadas, sem objetivo de vida ou coisas afins... Maioria delas são como quadros de paisagens, transparecem algo bonito e profundo, mas são caricaturas de si mesmas.
Uma felicidade móbile e sem por que! Vejo que grande parte dos pais não conversam com os filhos (a necessidade capitalista de “vencer na vida” que coloca os rebentos em segundo plano), desavenças familiares (pai matando filho e vice-versa), as amizades cada vezes mais escassas e falsas, amores “fabricados” que terminam tão rápido quanto começaram e o sexo como esporte, satisfazendo o corpo e maltratando a alma...
Onde tudo isso vai parar!? Daqui a seis meses irei casar e já ando questionando que mundo meus filhos viveram? Que seres humanos serão? Será que vão ser mesmo humanos? Acho que estamos cada dia mais nos transformando em robôs ou algo parecido, seguindo obedientes as programações do dia.
Dizemos “viva a diferença” e execramos quem destoa do senso comum. No fim das contas morreremos velhos sentados em uma poltrona frente à TV com o controle remoto nas mãos e a baba escorrendo, e na lápide estará escrito alguma coisa que nos sintetizará, nos tornando novamente humanos e criando a ilusão de que nossa passagem na vida foi a coisas mais emocionante e fecunda possível.
Tempos desses li o artigo do Claudio M. Castro na Veja em que ele fazia um paralelo entre consumismo e liberdade e não pude deixar de fazer alguns questionamentos...
Que todos sabem que a maioria das pessoas vivem sob as leis do consumismo e estereótipos não é novidade, contudo, pergunto-lhes: que felicidade é essa? Independentemente da linha religiosa que a pessoa siga (ou não siga), é quase que consenso que estamos aqui nesta Terra para algo mais. Alguns dirão aprendizado, outros missão, mais a frente bradarão destino, e o que quer que seja e acredite, não vislumbro conexões com o estilo de vida contemporâneo.
O capitalismo embutiu em nossas cabeças que SER é TER; em suma, precisa-se trabalhar bastante para ter as coisas que lhe satisfazem como casa (de preferência mansão), carro (Ferrari ou BMW), marido e mulher (lindos, descolados, bons de sexo e com renda média de R$ 10.000,00 mês), porém, isso é o bastante? A missão ta cumprida?
Às vezes fico assistindo a novela do Manoel Carlos onde ninguém trabalha e tem mansões e carrões e percebo o quanto as pessoas ficam fascinadas com o que vêm. A mossinha da novela sofre de problemas frívolos, o garanhão sessentão come toda a mulherada e apesar dos problemas financeiros banca festas monumentais, e até mesmo quem é paraplégica consegue recuperações milagrosas... (é isso que é Viver a Vida?). Zapeando às vezes paro no BBB (é BBB maníacos, eu me dou “esse luxo alienístico”), e percebo pessoas de um ego absurdamente inflado defendendo ponto de vistas (ai, as verdades absolutas...) tão sem pé e sem cabeça! (...).
Nas ruas, seja em na fila da loteria ou num bar, na festa ou na igreja, percebo pessoas tão mecanizadas, sem objetivo de vida ou coisas afins... Maioria delas são como quadros de paisagens, transparecem algo bonito e profundo, mas são caricaturas de si mesmas.
Uma felicidade móbile e sem por que! Vejo que grande parte dos pais não conversam com os filhos (a necessidade capitalista de “vencer na vida” que coloca os rebentos em segundo plano), desavenças familiares (pai matando filho e vice-versa), as amizades cada vezes mais escassas e falsas, amores “fabricados” que terminam tão rápido quanto começaram e o sexo como esporte, satisfazendo o corpo e maltratando a alma...
Onde tudo isso vai parar!? Daqui a seis meses irei casar e já ando questionando que mundo meus filhos viveram? Que seres humanos serão? Será que vão ser mesmo humanos? Acho que estamos cada dia mais nos transformando em robôs ou algo parecido, seguindo obedientes as programações do dia.
Dizemos “viva a diferença” e execramos quem destoa do senso comum. No fim das contas morreremos velhos sentados em uma poltrona frente à TV com o controle remoto nas mãos e a baba escorrendo, e na lápide estará escrito alguma coisa que nos sintetizará, nos tornando novamente humanos e criando a ilusão de que nossa passagem na vida foi a coisas mais emocionante e fecunda possível.
“*Remoto controle”.
*Adriana Calcanhoto.
7 devaneios:
Oi Daniel,
eu também partilho das suas mesmas perguntas e preocupações, mas por razões diferentes, eu acho. Eu não acredito que SER é TER, pelo contrário. Assito na TV apenas filmes e programas instrutivos-culturais, estou sempre com um livro na mão e troco quase tudo por um amanhecer ou por-de-sol - espetáculo natural que nunca se repete e que sempre me espanta!!
Sou adepta às coisas simples da vida, não conheço quase nada de carros, não ligo pra tecnologia e não quero ter muito dinheiro se não puder dividir a vida com os meus e viajar. Então, quanto mais eu vejo todos esses valores consumistas sendo tão amplamente difundidos, mais eu repito pra mim mesma que esse mundo tá perdido. E aí sempre me pergunto - será mesmo o fim do mundo uma idéia tão ruim?
Mas esse papo é pano pra muita manga... dá pra fazer mais um monte de analogias... a gente ia precisar de um monte de posts pra isso... rsrsrs
Só sei que antes eu perguntava se dava pra ter filhos por causa dos gastos, hoje me pergunto se dá pra tê-los por causa do mundo...
Parar pra pensar na vida, focado no lixo eletrônico não é bom. Televisão aberta, pior ainda. A combinação novela+ BBB deveria ser proibido de passar em tv aberta. deveria ser pago, paga quem tem saco, estômago, paciencia...
A 'mídia marrom'promove o capitalismo exacerbado onde o ter é melhor do que o ser. Infelizmente.
Oi Daniel...eu amo essa música da
Calcanhoto, Remoto Controle faz mesmo uma associação com a nossa vida. Deixo aqui meu registro de carinho e agradecimento pela presença sempre fiel no meu Solidão. Teu abraço não sinto mas ele toca meu coração...
Apos ler esse texto conclui: sou vermelha e xiita.
E ponto final rs....
Daniel
Achei interessante o termo 'mossinha'... he he
Mas no fundo você tem razão. E completa razão. Fico me perguntando como ainda há pessoas que vivem ao lado de seus maridos (ou esposas) num relacionamento pra lá de ruim e dizem que só estão ali porque tem uma 'missão'... Missão? Que missão é essa?...
Filosofando, o ser humano é um ser complexo por natureza e precisa se agarrar a dogmas e ideologias (ultrapassadas ou não) que lhes dê a certeza de que 'existem', 'vivem', 'são importantes', 'úteis e tal'...
Balela aquela história de 'um grande amor de verdade' nos tempos de hoje. A mídia fazedora de mentes não quer isso. Ela destroem famílias com a mesma velocidade com que cria conceitos (dos mais estaparfúrdios), e as pessoas como anencéfalas vão atras e a seguem até a 'última modinha', etc. Estamos vivendo a era do fim dos principios humanos. E a televisão é um dos veículos condutores dessa nova 'onda'.
Poucas são as pessoas criticas que enxergam as coisas de fato como elas são, que as entendem, leem direito e as questionam...
Você está certo, Daniel!... E mais certo ainda quando questiona tudo isso, porque enfim, isso não é 'viver a vida' como creem alguns. É sim, submetê-la ao mais alto vexame e decadência moral.
Abraços
Daniel,
Vai casar daqui há 6 meses? Olha só! Que legal! Parabéns e felicidades desde já. rsrs
Então, você sabe que comecei uma nova estória, porque esteve lá hoje. É por isto que escrevo estória espiritualistas: para dar um sopro de vida à este algo mais que sou (que somos) fora do mundo da materialidade.
Gostaria muito que desta vez você lesse a estória. :D
Queria te dizer que deletei seu comentário sem querer, quando fui tentar tirar aquela provocação que deixou. Se puder ir e repetir a parte da estória, agradeço.
Quanto à nossa velha discussão, estou fora, ok? Troquei o disco porque aquele já furou. rsrs
Beijokas
Parabens antes de mais, Dani.
Bom, a verdade e' que quando se trata de julgar a sociedade e' campea. De qualquer maneira, prefiro nem ver as novelas do Manoel Carlos, justamente por ele insistir em mostrar uma realidade que e' muito reduzida no Brasil.
Beijinhos e bom final de semana
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