
Dia desses parei pra tomar um sorvete e percebi algumas crianças ao meu lado correndo, se divertindo, e foi impossível não lembrar meus netos... Há três anos que não os vejo, afinal, meus dois filhos estão vivendo em outros Estados. A vida às vezes nos proporciona situações que devem ser aproveitadas, e Everton e Marcela pegaram suas chances e foram com elas.
Não lamento isso não! Afinal, criamos os filhos para o Mundo e eles devem voar sempre com as próprias asas. Mas confesso, era legal quando eles eram pequenos ou quando me deram o Carlos, a Fabiana e a Andréia. Com filhos ou netos lembrava a minha infância em Roraima.
A cinqüenta e dois anos atrás a cidade era outra. Se hoje já é pequena, imagine em 1958! (...). A cidade era basicamente o centro, bairros como o Mecejana para chegar lá era uma verdadeira viagem... Onde hoje é a loja de confecções Bia Shopping era o sítio do tio Zé. O que as faz com carros em cinco minutos, gastava-se mais ou menos uma hora.
Lembro que minha mãe Jovenina não gostava muito que eu fosse lá, pois ela e o tio Zé eram meio brigados. Sabem como é que é gente daquele tempo, não é mesmo? Gente de uma simplicidade mais ignorante no trato do dia-a-dia. Volta e meia vem a minha memória as brigas dos dois. Na sua grande maioria era por causa do cuidar do vô Manuel, que por causa de um derrame ficou com o lado direito do corpo todo paralisado.
Da infância tenho as minhas melhores lembranças... Por exemplo, do dia em que furei o bolo de casamento da mana Aurélia. Na década de 60 os casamentos tinham bolos dormidos, ou seja, faziam-se eles dois dias antes e guardava-os. Olha, os quitutes de hoje em dia nada se comparam aos de outrora... Lembro que acordei de madrugada e vasculhei a casa. O bolo estava aguardado na dispensa; coloquei-me em baixo da mesa e comecei a enfiar o dedo. Nem vi o tempo passar! Quando dei por mim, já estava amanhecendo e o bolo tava todo esburacado. Percebendo a merda que fiz, fugi pra casa do tio Zé.
Na manhã do casamento minha irmã e mãe tiveram quase um troço! “Cadê aquele safadinho”, bradava minha genitora de um lado; “eu mato aquele cadelinho”, ameaçava maninha. O resultado da peraltice foi uma bela de uma surra e dois dias de castigo.
Após o casório os tempos viraram! A situação financeira de nossa família que nunca foi boa piorou. Minha mãe, que nos sustentava lavando roupa pra fora nos colocou para trabalhar. Meu irmão Silvinho e eu fomos para a roça, a Glorinha também começou a auxiliar mamãe e assim fomos...
Papai morreu e tive que fazer às vezes de “homem da casa”. Fui o primeiro a trabalhar na prefeitura de minha cidade e dali pra morar em Manaus foi um pulo, pois queria fazer um curso superior. E a vida seguiu, com seus altos e baixos feito estrada.
Formei-me, casei, enterrei minha mãe, tive filhos, separei, mas minhas memórias ainda freqüentam aquele tempo que apesar dos pesares fui muito feliz...
Não lamento isso não! Afinal, criamos os filhos para o Mundo e eles devem voar sempre com as próprias asas. Mas confesso, era legal quando eles eram pequenos ou quando me deram o Carlos, a Fabiana e a Andréia. Com filhos ou netos lembrava a minha infância em Roraima.
A cinqüenta e dois anos atrás a cidade era outra. Se hoje já é pequena, imagine em 1958! (...). A cidade era basicamente o centro, bairros como o Mecejana para chegar lá era uma verdadeira viagem... Onde hoje é a loja de confecções Bia Shopping era o sítio do tio Zé. O que as faz com carros em cinco minutos, gastava-se mais ou menos uma hora.
Lembro que minha mãe Jovenina não gostava muito que eu fosse lá, pois ela e o tio Zé eram meio brigados. Sabem como é que é gente daquele tempo, não é mesmo? Gente de uma simplicidade mais ignorante no trato do dia-a-dia. Volta e meia vem a minha memória as brigas dos dois. Na sua grande maioria era por causa do cuidar do vô Manuel, que por causa de um derrame ficou com o lado direito do corpo todo paralisado.
Da infância tenho as minhas melhores lembranças... Por exemplo, do dia em que furei o bolo de casamento da mana Aurélia. Na década de 60 os casamentos tinham bolos dormidos, ou seja, faziam-se eles dois dias antes e guardava-os. Olha, os quitutes de hoje em dia nada se comparam aos de outrora... Lembro que acordei de madrugada e vasculhei a casa. O bolo estava aguardado na dispensa; coloquei-me em baixo da mesa e comecei a enfiar o dedo. Nem vi o tempo passar! Quando dei por mim, já estava amanhecendo e o bolo tava todo esburacado. Percebendo a merda que fiz, fugi pra casa do tio Zé.
Na manhã do casamento minha irmã e mãe tiveram quase um troço! “Cadê aquele safadinho”, bradava minha genitora de um lado; “eu mato aquele cadelinho”, ameaçava maninha. O resultado da peraltice foi uma bela de uma surra e dois dias de castigo.
Após o casório os tempos viraram! A situação financeira de nossa família que nunca foi boa piorou. Minha mãe, que nos sustentava lavando roupa pra fora nos colocou para trabalhar. Meu irmão Silvinho e eu fomos para a roça, a Glorinha também começou a auxiliar mamãe e assim fomos...
Papai morreu e tive que fazer às vezes de “homem da casa”. Fui o primeiro a trabalhar na prefeitura de minha cidade e dali pra morar em Manaus foi um pulo, pois queria fazer um curso superior. E a vida seguiu, com seus altos e baixos feito estrada.
Formei-me, casei, enterrei minha mãe, tive filhos, separei, mas minhas memórias ainda freqüentam aquele tempo que apesar dos pesares fui muito feliz...
EXTRA:
Quero avisar a todos que além de Euclides que escreve suas memórias, sua Consciência El-Rei também estará falando dele, e ela está aqui:
http://conscienciadeeuclides.blogspot.com
Vão lá e fiquem sabendo de um lado de Euclides que só a Consciência Dele sabe... Espero todos lá!
5 devaneios:
Daniel, afinal quem é este Euclides que tanto te inspira? Ele não é tu mas tu é ele? Como assim?
Saudades
Bj
Que coisa, Euclides (rs!)! Lembro-me da minha infância recente com o seu mesmo saudosismo. Espero chegar aos 60, 70 sei lá... lembrando-me das tais histórias.
Sempre bom vasculhar suas memórias..
Até mais!
Gosto de memórias contadas através da primeira pessoa, mediante um personagem-narrador.
Abraços, Daniel, e ótima quarta-feira.
A minha infância traz lembranças deliciosas. Lembro da primeira vez que comi minha amiga da escola (tinha 12 anos). Foi minha primeira experiencia sexual. Ela já tinha tido umas transas com uns caras mais adultos. era um pouco mais experiente, e eu?... Eu... bem, nem sabia mexer direito o negócio. Ela me ensinou algumas coisinhas calientes que ficaram na lembrança até hoje he-he-he.
Abraços
Imagino que seja a epoca do ano, pois dias atrás também estava eu percorrendo os anos de minha infância.
Bacio
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