
É impossível não lembrar aquela mal fadada tarde de abril... Estava em casa quando o telefone tocou, era Marcelo, que assim como Alexandro era PM. Com a voz chorosa recebi a notícia e congelei... Não sabia o que pensar e como agir frente ao óbito daquele que conheci aos cinco anos de idade.
Lembro-me das travessuras de criança, quando apedrejávamos as vidraças das janelas de seu Zé, ao quando matávamos aula para tomar banho no Rio Branco; quando na adolescência, consolávamos nossas dores de cotovelo, as sacanagens que participávamos após tocarmos em nossa banda de blues, e às vezes m que fomos o porto seguro de ambos quando da morte da sua segunda filhinha...
Na sou louco de contestar Deus, porém, se Adão e Eva existiram mesmo, malditos sejam eles por terem sucumbido à tentação e comido a droga da maçã! (...) Segundo o cristianismo, a morte é a dívida paga por nós pela desobediência do primeiro casal humano; já os espíritas afirmam ser um passo a mais dentro da nossa evolução, todavia, é chato pensar que aqueles que amamos e queremos bem partirão...
Pais, filhos, amigos, e aqueles que ficam na dor da perda do convívio... Alex era um amigo exemplar, daqueles que matam e morre por você, um ótimo filho, grande pai e excelente profissional!
Lembro até hoje do rosto da dona Maria e do seu Carlos, a choro incontido de Paula e Sérgio, seus filhos e nós amigos lembrando as presepadas dele. As bebedeiras, os bons momentos que pipocavam na memória e amenizavam as dores.
As imagens daquele dia chuvoso ainda são nítidas em minha cabeça. O dia nublado e que só chuviscava, como que compartilhasse da nossa dor... O desespero da mãe dele cobrando os por quês... Deveria ser proibido filho morrer antes dos pais! (...).
Mas nem sempre a vida toma seu curso natural, como se quisesse provar alguma coisa; como quem quisesse provar a nossa condição humana que é tão frágil... Nos achamos tão grande, porém, é nessa hora que percebemos que apenas somos grão de areia, ínfimos frente a esse grande esquema que é a vida, que dita seu jogo e nos transpassa sem pedir licença...
Até hoje me lembro dele, assim como lembro meus pais; o tempo vai aplacando as dores e transformando-a em uma boa lembrança, não deixando esquecer aqueles que amamos e queremos bem.
EXTRA:
Mais uma vez um blog meu está participando do Prêmio Top Blog. Peço os seus votos clicando na imagem no lado superior esquerdo.
11 devaneios:
1º) Esse texto tem algo de real. Foi baseado na morte de um primo meu que gostava muito. Já faz 1 ano de pouco que ele se foi e de certa forma, devia esse texto a ele. Mas comentem o texto do Euclides.
2º) Ando sem tempo pra postar e ler blogs. Na medida do possível farei ambos.
3º) Essa Seleção do Dunga é uma verdadeira punheta!!! Vai ser foda (não consegui dispensar o trocadilho rsrs) esses jogos...
Eu ainda não vivi a experiência dolorosa e complicada que é a morte de alguém que você ama. Tenho meus avós, meus tios, mais pais, irmãos, primos.. Não sei consolar pessoas em luto, não sei o que se passa na mente delas. Espero que quando acontecer eu faça como você escreveu, 'momentos que pipocavam na memória e amenizavam as dores'
baci.
Rsrs...tô rindo agora do seu comentário aí sobre MEMES...eu nem sei direito o que é MEME, mas postei no meu blog sobre os tais....
Ah, que texto bacana, Daniel, mesmo falando de uma coisa inevitavelmente triste. Não acredito que se possa conviver tranquilamente com a ideia da morte, nem mesmo os espíritas que são tão bem resolvidos quanto a isso.
Beijos.
heheheh...
Daniel,
Gostei da texto "semi-autobiográfico".
Somos tão ligados aos nossos amigos que chamos que jamais iremos perdê-los para a morte. Por isso, devemos sempre valorizar a companhia deles. Esse é meu lema. Amo meus amigos, quero estar por perto deles sempre.
Abração, Daniel, e ótimo final de semana.
O texto lembrou-me da morte de meus dois irmãos mais novos - um de 18 anos e outro de 24 anos. A morte de um e de outro foi numa diferença de 2 anos.
Choramos a nossa dor, a saudade, a lembrança que fica. Afinal, somos irremediáveis egoístas.
Morte sempre é um assunto difícil de se tocar - nunca sabemos como consolar quem chora, nunca saberemos como encará-la quando chegar a nossa hora. Talvez esse "não saber" é que nos impulsiona a viver plenamente as nossas vidas.
Beijos,querido.
Passar por estes momentos em nossa vida não é fácil, mas nos tornamos pessoas melhores após.
a morte não existe apenas olhamos diferente para tudo, paz.
Beijo Lisette
Morte= fim.
Nao importa como ou porque, por isso ficamos tão desolados.
Quando a gente se depara diante de uma situação que nao podemos enfrentar cara a cara bate essa sensação de fragilidade.
Engraçado como a gente contesta a morte, não é mesmo? Procura justificativas ou desculpas. O fato é que morremos desde que nascemos para a vida e talvez acabemos ou não. Mas ver o outro se acabar é o que de fato nos fere.
Bacio
Falar de morte é um tanto delicado, principalmente quando envolvemos crenças em um texto que tem como base a dor. Você conseguiu passar a emoção sem ser agressivo, Daniel. Parabéns.
Beijoca e obrigada pelo carinho sempre, viu?
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- Norman
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