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terça-feira, 13 de outubro de 2009

EUCLIDES E A MENINA DOS OLHOS GATEADOS



Euclides fica surpreso com alguns lances que acontecem em sua vida. Nunca pensou em revê-la novamente, e que tão pouco, sentisse certo “Q” de nostalgia em seu coração.

Quando a conheceu tinha 17 anos. Ainda vivia no esquema “escola, cinema e televisão”. Ela era dois anos mais velha que ele. Não eram amigos de escola, mas sim, de trabalho. Ela entrou de repetente na copa e o seu olhar gateado logo lhe chamou a atenção. Não é sempre que se vê olhos daquela cor, e tão penetrantes... Entravam porta adentro da alma sem pedir licença. Euclides não ficou apaixonado, mas sim encanto... Algo cândido, de uma doçura levemente apimentada, pois sim, havia desejo! Uma mulher de 19 anos, corpo definido, rosto absolutamente perfeito... Um verdadeiro maná implorando por ser explorado.

Seu contato foi breve, porém expansivo; logo já eram amigos/confidentes. Só que Euclides era a época um Ser tímido, incapaz de qualquer rompante de coragem. Admirava-lhe como quem admira o mar mais tem medo de se afogar. Nessa época ela tinha um caso com um cara totalmente mulherengo, e sofria com isso.

É impressionante a capacidade de transformarmos a dor do outro em nossa. Quando ouvia suas queixas sobre ele, sentia algo físico, certo enjôo provocado pelo asco de saber que o cidadão a possuía ao invés dele. Também é impressionante a capacidade que temos de sentir inveja dos outros... Quantas vezes pensou, “por que não eu!” (a, a, por que não eu?); quantas vezes quis pegá-la pelos braços e dizer, “hei burra! Sou eu que você deve desejar não ele!”; quantas vezes se pegou a noite sonhando com ardentes noites de amor com ela...

O trabalho que era temporário passou e eles se distanciaram. Por Euclides passaram outras tantas mulheres... E antes do “reencontro”, jamais imaginou que ela poderia ter deixado suas marcas... “A vida é interessante”, pensava às vezes. Na vida de Euclides ficaram no pensamento mulheres como ela, conhecidas que a vida se encarrega de deixar para trás.

Euclides viu por acaso seu perfil no Orkut, quando procurava outra pessoa. Com o espanto da descoberta deixou recado com os dizeres, “que bom que te achei, me adiciona”, e foi prontamente atendido com, “que bom que me achou querido, beijos”.

A vida e seus encontros e desencontros... Euclides a adicionou para não mais perder contato com alguém que passou em sua vida. E com ela veio à certeza que a vida está em constante rotatividade e que tudo muda, menos as boas lembranças de momentos vividos que de certa forma nos constroem e dão cara aquilo que os homens convencionaram chamar de “eu”.

13 devaneios:

Magui disse...

Belo devaneio. Mas, por favor, " possuia" não está meio velho?

Mikas disse...

Em que é que será que isso deu? :-)

Anônimo disse...

OLÁ DANIEL QUERIDO DO MEU CORAÇÃO!!!MUITO BACANA E LEVE SEU NOVO BLOG,COM CERTEZA LHE TRARÁ
GRANDES E BELAS LEMBRANÇAS DOS AMIGOS QUE IRÃO POR AQUI INTERAGIR CONTIGO.AGRADEÇO O CARINHOSO COMENTÁRIO DEIXADO NO MEU BLOG,
E ESPERO SEMPRE TER VOCÊ LÁ VIU!
BEIJOS E CARINHOS,
FICA BEM, FICA COM DEUS!!!
RACHEL KEKA.

A Itinerante - Neiva disse...

Daniel,

Que texto suave e bonito! Hum... Foi um prazer ler.

Concordo totalmente: por mais que as pessoas passem pelas nossas vidas, como sopro apenas, deixam algo em nós que permanece e se mescla ao que éramos, tornando-os outros.

Beijos

A Itinerante - Neiva disse...

Daniel,

Que texto suave e bonito! Hum... Foi um prazer ler.

Concordo totalmente: por mais que as pessoas passem pelas nossas vidas, como sopro apenas, deixam algo em nós que permanece e se mescla ao que éramos, tornando-os outros.

Beijos

A Itinerante - Neiva disse...

ops... desculpa. rsrs

Lugirão disse...

Daniel, me lembrei de uma musica do Alceu que diz mais ou menos assim:
Uma moça bonita de olhar gateado , deixou em pedaços o meu coração.
Não lembro o resto, rs.
Seria perfeita para o post!
Bom reencontrar pessoas que passaram por nossa vida e nos deixaram marcas.

Bjos

Tássia Jaeger disse...

Acho que todo mundo tem uma história parecida com a do Euclides né...

Carol disse...

Nossa, esse blog qui é mt bom... me perdi nesses contos... maravilhosos...Adori o : "Separação" rsrs
parabens pelo blog, mt bom msm, ja ta nos favoritos

bjs

Neto disse...

Eu nunca consegui esquecer de minha primeira namorada. Aquela que me fez perder minha virgindade (rs). Não me apaixonei por ela, não a amei, apenas nunca a esqueci. Hoje, cruzo com ela nas ruas e conversamos sobre o passado. A gente sorri, ri das coisas, mas não ficamos juntos. Ela tem a vida dela e eu tenho a minha. Crescemos, e mudamos. A gente conversa, mas não passa disso. Amizade.

Acho bonito quando ocorre amores assim como você descreveu aí mas, no meu caso, essa moça pra mim, foi importante apenas em um momento e eu até já disse isso à ela. Ela sabe. E apesar de eu nunca tê-la esquecido (sim! voltemos e fizemos sexo algumas outras vezes e só!) não sinto nada por ela a não ser o respeito - por ter me despertado para 'vida' rs

Abraços parceiro!

Jairo Borges disse...

nossa Daniel qnt pop rocck brasileiro implicito!! E senti um que de autobiográfico! rsrs! Abçs!

Jairo Borges disse...

nossa Daniel qnt pop rocck brasileiro implicito!! E senti um que de autobiográfico! rsrs! Abçs!

A Itinerante - Neiva disse...

Daniel,

Vamos celebrar as coisas boas da vida? Veja lá em meu blog do que se trata e fica a vontade para aceitar ou não. :D

Beijos

BOO-BOX!!!

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