“Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome / Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores / Passeio pelo escuro...” (Cores – Adriana Calcanhoto).
João ficou podre de rico e infeliz. Após ter roubado a galinha dos ovos de ouro e a harpa de ouro do gigante, ainda por cima trouxe consigo o número do celular da mulher do gigante otário que ele engabelou.
Quando terminou de pôr o pé de feijão mágico no chão, correu atrás da mãe ingrata e lhe esfregou a harpa e a galinha de ouro. Deste dia em diante João trocou de nome, de cidade e de mãe! Deixou para trás aquela velha coroca que lhe maltratava. Lembrou das infindas secções de surra que levou, pois era “o pára-raios” de sua progenitora. Toda a dor e angustia da pobreza vivida por eles era descontado nele.
Comprou passaportes falsos, fez uma plástica e mandou a galinha botar ovos em série; ela pôs tanto ovo, mais tanto ovo, que não resistiu e morreu. Com raiva dela, fez um caldo e arrancou seu cú de ouro. Após comê-la levou os ovos a um banco e converte-os em muito dinheiro. Fez investimentos em fundos de rendimento fixos, comprou iate, casa de luxo e carros importados do ano. Fez vestibular para jornalismo, e virou magnata das comunicações, tornando-se um dos mais influentes personagens de seu país influenciando até eleições para Primeiro Ministro. Sabendo da separação do gigante, ligou para ela marcado um encontro. Casou com a giganta e tiveram três filhos.
Os anos se passaram e a infelicidade venho junto. A giganta já não dava mais no couro como antigamente... Seus filhos, mal educados e ambiciosos não estavam nem aí para o futuro de seus investimentos. Já não agüentava suas amizades falsas, fúteis e interesseiras; também perdeu o “T” pelos negócios, delegando a administração a assessores mais próximos.
Um belo dia, entediado de tudo deu uma desculpa esfarrapada para a mulher e saiu sem rumos pelas ruas. Pela janela do carro observava a movimentação; pessoas falando ao celular enquanto dirigiam, garotos de rua vendendo balas e chicletes, bares abarrotados de pessoas, acidentes de transito, enfim, a vida acontecendo e sua vida lhe entediava.
Lembrou de sua mãe e dos tempos de miséria. Por um instante quis voltar aquela época e reviver a aventura de ter roubado a galinha e a harpa de ouro; por um momento um sorriso lhe veio a face acalentando seu coração.
De repente percebeu que estava num dos bairros mais pobres da cidade, lugar de prostituição e drogas. Encostou o carro e viu no letreiro “Puteiro Buenas Vista – O Prazer mais barato da cidade”. Adentrou o recinto e observou o naipe que estava a sua disposição; escolheu uma morena magérrima, peito murcho, sem bunda e dentes da frente falhados de nome Godolfreda.
– Quanto custa o serviço moça?
– É R$ 15,00 gatão, mas pra você faço por R$10,00, vai?
Foram para o reservado e quando tiraram à roupa notou que “Freda” tinha metade das pernas raspadas e outra parte cabeluda. Viu que os cabelos da perna dela eram maiores que os seus; sentiu nojo, repulsa, quase vertigem, mas já estava lá e não iria voltar mais. Adentrou Freda “a meia bomba”, sem vontade quase alguma...
Para tentar se animar pensou na gigante e nos bons tempos onde só bastavam se beijar para o sexo acontecer. Com movimentos rápidos gozou sem nenhuma satisfação a mais que os segundos de êxtase que o corpo proporciona. Saiu de cima dela com rapidez e foi ao banheiro lavasse; esfregou-se com força como quem tenta se desfazer de uma mancha. Pagou Freda e saiu do puteiro com vontade de vomitar.
Chorando guiou até sua casa com um vazio maior do que saiu. Chegando, sentou em sua confortável cadeira de balanço e começou a beber seu uísque 18 anos; pensou em sua vida e por tudo que passou. Pela primeira vez desde que deixou sua mãe sentiu remorso por isso. Aliás, sentiu remorso de tudo! (...) De ter trocado a vaca pelo punhado de feijões mágicos, por ter roubado galinha, ovos, harpa de ouro e a mulher do gigante.
Pela primeira vez sua solidão veio acompanhada da consciência de estar só... Sem amigos leais, sem uma família ideal, sem um prazer arrebatador.
João agora é Juan, tem 50 anos, magnata das comunicações, casado, filhos, carros, iates, e casa na praia. Tem tudo que o dinheiro pode comprar menos paz de espírito.
João ficou podre de rico e infeliz. Após ter roubado a galinha dos ovos de ouro e a harpa de ouro do gigante, ainda por cima trouxe consigo o número do celular da mulher do gigante otário que ele engabelou.
Quando terminou de pôr o pé de feijão mágico no chão, correu atrás da mãe ingrata e lhe esfregou a harpa e a galinha de ouro. Deste dia em diante João trocou de nome, de cidade e de mãe! Deixou para trás aquela velha coroca que lhe maltratava. Lembrou das infindas secções de surra que levou, pois era “o pára-raios” de sua progenitora. Toda a dor e angustia da pobreza vivida por eles era descontado nele.
Comprou passaportes falsos, fez uma plástica e mandou a galinha botar ovos em série; ela pôs tanto ovo, mais tanto ovo, que não resistiu e morreu. Com raiva dela, fez um caldo e arrancou seu cú de ouro. Após comê-la levou os ovos a um banco e converte-os em muito dinheiro. Fez investimentos em fundos de rendimento fixos, comprou iate, casa de luxo e carros importados do ano. Fez vestibular para jornalismo, e virou magnata das comunicações, tornando-se um dos mais influentes personagens de seu país influenciando até eleições para Primeiro Ministro. Sabendo da separação do gigante, ligou para ela marcado um encontro. Casou com a giganta e tiveram três filhos.
Os anos se passaram e a infelicidade venho junto. A giganta já não dava mais no couro como antigamente... Seus filhos, mal educados e ambiciosos não estavam nem aí para o futuro de seus investimentos. Já não agüentava suas amizades falsas, fúteis e interesseiras; também perdeu o “T” pelos negócios, delegando a administração a assessores mais próximos.
Um belo dia, entediado de tudo deu uma desculpa esfarrapada para a mulher e saiu sem rumos pelas ruas. Pela janela do carro observava a movimentação; pessoas falando ao celular enquanto dirigiam, garotos de rua vendendo balas e chicletes, bares abarrotados de pessoas, acidentes de transito, enfim, a vida acontecendo e sua vida lhe entediava.
Lembrou de sua mãe e dos tempos de miséria. Por um instante quis voltar aquela época e reviver a aventura de ter roubado a galinha e a harpa de ouro; por um momento um sorriso lhe veio a face acalentando seu coração.
De repente percebeu que estava num dos bairros mais pobres da cidade, lugar de prostituição e drogas. Encostou o carro e viu no letreiro “Puteiro Buenas Vista – O Prazer mais barato da cidade”. Adentrou o recinto e observou o naipe que estava a sua disposição; escolheu uma morena magérrima, peito murcho, sem bunda e dentes da frente falhados de nome Godolfreda.
– Quanto custa o serviço moça?
– É R$ 15,00 gatão, mas pra você faço por R$10,00, vai?
Foram para o reservado e quando tiraram à roupa notou que “Freda” tinha metade das pernas raspadas e outra parte cabeluda. Viu que os cabelos da perna dela eram maiores que os seus; sentiu nojo, repulsa, quase vertigem, mas já estava lá e não iria voltar mais. Adentrou Freda “a meia bomba”, sem vontade quase alguma...
Para tentar se animar pensou na gigante e nos bons tempos onde só bastavam se beijar para o sexo acontecer. Com movimentos rápidos gozou sem nenhuma satisfação a mais que os segundos de êxtase que o corpo proporciona. Saiu de cima dela com rapidez e foi ao banheiro lavasse; esfregou-se com força como quem tenta se desfazer de uma mancha. Pagou Freda e saiu do puteiro com vontade de vomitar.
Chorando guiou até sua casa com um vazio maior do que saiu. Chegando, sentou em sua confortável cadeira de balanço e começou a beber seu uísque 18 anos; pensou em sua vida e por tudo que passou. Pela primeira vez desde que deixou sua mãe sentiu remorso por isso. Aliás, sentiu remorso de tudo! (...) De ter trocado a vaca pelo punhado de feijões mágicos, por ter roubado galinha, ovos, harpa de ouro e a mulher do gigante.
Pela primeira vez sua solidão veio acompanhada da consciência de estar só... Sem amigos leais, sem uma família ideal, sem um prazer arrebatador.
João agora é Juan, tem 50 anos, magnata das comunicações, casado, filhos, carros, iates, e casa na praia. Tem tudo que o dinheiro pode comprar menos paz de espírito.
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