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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O TAL DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

De mera coadjuvante a fiel da balança, os 19 milhões de votos adquiridos por Marina Silva agora são disputados por Serra e Dilma. Segundo o que já li, aliados da candidata petista querem fazê-la nesse segundo turno uma “Marina genérica”, anexando propostas e temas defendidos pela Verde. Já os Serristas, vêm tentando mobilizar os “Marineiros” através de uma “proximidade natural” que o candidato teria com o PV. Seja como for, agora o tal do “Planejamento Estratégico” dará o tom para ambos tentarem arrebanhar votos e apoio de Marina Silva.

Mas o que vem a ser isto? Tentarei aqui exemplificar da melhor forma. Se não sabem, sou graduando em Serviço Social e o que direi aqui faz parte da construção de meu TCC. Segundos dados do Ministério da Saúde, cerca de 68% dos atendimentos nos PS's de todo o país estão ligados as questões de infra-estrutura. Ou seja, para tentar sanar os problemas de saúde enfrentados pelos brasileiros de norte a sul, é necessários que as pastas de saúde e Integração Nacional trabalhem integradamente. Numa ação organizada, ambas somaria estratégias de combate às causas que acarretam malefícios a saúde de nós todos interdisciplinarmente.

Pensar “estrategicamente” seria não somente o Estado construir e reformar hospitais e posto de saúde e contratar o corpo profissional, mas sim, focar nos problema infra-estruturais que são a causa dos problemas. Como comentei no texto “Eu Sou Marineiro”, o político brasileiro não enxergar dessa forma. A maioria trata as coisas de uma maneira fragmentada, tentando resolver somente a parte e esquecendo-se do todo.

Usando o exemplo citado, nos enchem de números de quantos postos e hospitais foram feitos e esquecem-se do resto. Em geral, os Americanos e boa parte dos Europeus governam seus Países dentro de uma perspectiva de todo. Outro exemplo que posso usar aqui é a questão das drogas. Hoje não é apenas uma questão de repressão, mas sim de saúde pública e mais especificamente a mental.

O atendimento ao drogado é o que chamamos de “alta complexidade”. Demanda do Estado uma série de condicionantes que não se resumem apenas clínicas de recuperação. O Crak, por exemplo, já está num estado de epidemia. Não é somente identificar a “cracolandia” da vez, mas mapear os usuários e sua respectiva família, entender o contexto social ao qual estão inseridos, colocá-los em clínicas ou projetos paralelos como o Nova Esperança bancado pela igreja católica e prestar auxílio psicológico e social aos familiares; mapear e dotar essas instituições para receber estas pessoas; após recuperá-las inseri-las no mercado de trabalho, enfim... Só o que já listei demanda um belo trabalho que pode e deve ser coordenador conjuntamente e estrategicamente com os Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego, Social e Combate a Fome e Justiça.

Não se ver essa questão fragmentadamente e como “caso de policia”. O Presidente deverá articular as pastas, a fim de que as mesmas possam elaborar políticas publicas satisfatória de combate as drogas, procurando estabelecer uma paralelo que contemple a coação aos traficantes e o amparo aos usuários. E esta deverá ser precedida de etapas que contemplem resultados de curto e principalmente, médio e longo prazo. E é aí que a coisa complica! (...) Pensar estrategicamente é entender que os resultados não irão vingar “da noite para o dia”, coisa que em geral está longe de ser vista com bons olhos pelo político brasileiro, já que, os resultados práticos não estarão à vista para a reeleição.

O que também pega é que esse tipo de gestão necessita de Ministros (Secretários no nível estadual e Municipal) técnicos. Como é sabido por todos a forma de cooptação de PT/PSDB para apoios e governabilidade é o aparelhamento do Estado, as indicações não têm cunho técnico, mas político. O segundo e terceiro escalões que são postos onde são operacionalizadas as coisas são preenchidos por pessoas que em sua grande maioria não reúnem condições para gerir os Departamentos e Divisões. O resultado são psudo-politicas publicas, fragmentadas e de cunho promocionalmente e político.

Acredito que é uma necessidade urgente que comecem a gerir a coisa publica dentro de uma concepção estratégica. Temos mania de copiar os Americanos e seus costumes, ta aí uma coisa que deveria ser anexada a nosso dia-a-dia.

EXTRA:

Sinceramente? Independentemente de que vença a eleição, a Gestão Estratégica se realmente debatida por Dilma e Serra não passará de mera retórica. Eles não possuem perfil para tal! Vejo neles bons gerenciadores e nada mais...

Quer mais sinceridade? Acredito que por mais que o PV e Marina apóiem um candidato, os eleitores Marineiros não seguirão muito o partido não; eu, por exemplo, votarei Nulo. Minha esposa votará na Dilma, minha mãe no Serra. Pelo que vejo o voto para PT ou PSDB passará única e exclusivamente pelo exame de consciência do indivíduo.

O que acho? Marina deverá se colocar neutra, mesmo que o partido apóie alguém. Mas tenho a impressão que no fim das contas, o PV irá deixar a cargo das 19 milhões de pessoas decidirem o que querem fazer com seu voto. E que vença o menos ruim!

3 devaneios:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Acho que você vai gostar dessa charge, que, de certa forma, tem tudo muito a ver com o seu texto.

http://dramirezblog.blogspot.com/2010/10/sucessao-presidencial-brasil.html

bjs

Milene Lima disse...

Mas eu acho o mais razoável, que o partido deixe por conta dos eleitores decidirem o que fazer com seu voto. Não sei se eu direcionaria meu voto porque o partido pelo qual simpatizo me orientou a isso...

E as discordâncias pré-eleitorais, se dissiparam todas?

Marina fez a diferença nessa eleição,isso foi muito bacana. Eu, sendo ela, não me envolveria mais.

Belo post, moço.

BOO-BOX!!!

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